Tudo sobre sistema de captação natural para SPDA

INTRODUÇÃO

A NBR5419/2015 trata de todos os aspectos que se relacionam com a proteção de estruturas contra descargas atmosféricas e um dos itens presentes na norma que gera debate entre os profissionais da área elétrica é a captação natural. Neste artigo traremos todos os detalhes necessários para que você nunca mais tenha dúvidas na hora de determinar se um sistema pode ser utilizado como forma de captação natural.

 

TELHAS METÁLICAS COMO FORMA DE CAPTAÇÃO NATURAL

Quando pensamos em um sistema de captação natural a primeira coisa que nos vem a mente são as telhas metálicas. De fato, segundo a norma as telhas metálicas podem ser utilizadas como um sistema de captação natural, mas para isso elas precisam atender a alguns critérios. Esses critérios são:

  • Espessura: A telha precisa ter uma espessura mínima (t’) de acordo com o seu material. A tabela 3 da norma, figura 1, mostra os valores de t’ para diversos materiais de telhas.

Figura 1

  • Em caso de telhas do tipo sanduíche, figura 2, o material do recheio não pode ser inflamável ou favoráveis a propagação de chamas. Para descobrir o material do recheio da telha você deve consultar o catálogo do fabricante.

Figura 2

  • O material imediatamente abaixo da telha também não pode ser inflamável.

 

DIFERENÇA ENTRE t e t’

Como vimos na figura 1, existem duas espessuras associadas a capa tipo de material de telha, sendo elas: t e t’. De modo geral, podemos dizer que t’ é a espessura mínima de uma telha para que ela atue como captor natural, porém com a espessura mínima a telha ainda deixa a estrutura exposta alguns riscos ligados a descargas atmosféricas.

Esses riscos são:

  • Pontos de aquecimento – Em locais onde existam vapores perigosos ou materiais potencialmente inflamáveis, o ponto de aquecimento provocado por um raio pode desencadear um incêndio;
  • Perfurações da telha – A perfuração da telha pode gerar, obviamente, gotejamentos dentro da estrutura, em caso de telha convencionais, e em caso de telhas do tipo sanduíche, pode haver acumulo de água no recheio da mesma de forma a gerar uma sobrecarga na estrutura.

Agora podemos entender o que significa a espessura t. Uma telha com espessura t’ está exposta aos dois riscos acima citados, enquanto uma telha com espessura t não vai ser perfurada ou apresentar risco de incêndio por pontos quentes.

Por tanto, ao determinar se uma telha é capaz de atuar como captor natural, não devemos olhar somente para t’, espessura mínima, e sim para todo o conjunto de riscos envolvidos de modo a evitar grandes acidentes.

 

CONCLUSÃO

Em resumo, uma telha com espessura t’ pode ser usado como captor natural, mas é mais recomendado em edificações comuns e sem grandes riscos diante de uma perfuração ou ponto de aquecimento. É de suma importância que seja esclarecido para o seu cliente os riscos envolvidos ao se adotar uma telha com espessura mínima como captor natural.

Em casos onde as telhas não estão aptas a serem captores naturais, você deve recorrer a utilização de captores não naturais. A norma prevê três métodos para a determinação dos captores não naturais e você pode conhecer melhor eles a seguir:  Método das malhas, Método das esfera rolante e método do ângulo de proteção.

 

Também fizemos neste site um análise completa sobre tudo que a NBR5419/2015 nos diz sobre subsistema de captação não natural, para ler clique aqui.

Fonte: EA – Engenheiros Associados